Começou na internet há uns meses atrás a borbulhar uma ideia de utilizar aquilo que por vezes é um trambolho e um lixo ao final do dia em arte.
No último sábado dia 29 de Setembro aconteceu a Cavalete Parade, movimento artístico que chamava artistas para se manifestarem em uma tela de pintura no mínimo inusitada, mas que estava alí na cara de todos a cada dois anos ( anos pares de eleições, tanto municipais como neste ano e estatuais e federais ), os cavaletes do candidatos.
Todos nós sabemos o tanto de transtorno esse material midiático tras, são trambolhos enormes que por muitas vezes fecham os passeios das calçadas, atrapalha a locomoção dos pedestres, de cadeirantes, tudo isso para simples divulgação dos numeros do candidato.
Se este tipo de mídia é válida ou não é uma outra discussão. A discussão principal é o que este tipo de divulgação causa de impacto em forma de lixo e de desrespeito ao povo.
Visando isso, a organização da Cavalete Parade fez umas regrinhas básicas: recolher somente os cavaletes em situações de risco ou abandonados, atrapalhando o transito dos pedestres, deixados após o horário de panfletagem. Conforme encontrasse algum cavalete assim a pessoa fotografa e recolhe para criar a arte nele.
Eu não havia visto essas regrinhas, mas acabei seguindo pois o meu eu peguei em meio a outros que estavam jogados em uma praça daqui de Guarulhos. Levei pra casa e pintei meu cavalete todo de preto pra fazer um fundo para expor minhas fotografias feitas com câmeras pinhole [câmeras feitas artesanalmente e de filme].
Feito meu cavalete, bóra pro evento!
Cheguei atrasado, mas deixei por lá o cavalete em meio a muitas obras belíssimas, de humor ácido e bem provocativas, até por telas/cavaletes abstratas.
Tinha por exemplo o pessoal do Polutil que transformaram cavaletes em bolsas utilizando os plasticos, e em bancos e até rampa de acesso a cadeirante com as madeiras. Teve manifestações non sense, e tiradas muito inteligentes em protesto contra os políticos.
Segundo a organização, os cavaletes ficariam expostos entre as 13h e as 17hrs. Aos autores das obras ficava livre a retirada do cavalete entre as 16h e 16:30. Para quem quisesse que sua obra seguisse o rumo de outras pessoas, era só deixar por lá que alguma pessoa se interessaria e levaria sua manifestação artística.
Foi daí que aconteceu algo triste e que surpreendeu. Os cavaletes que sobraram após a exposição ficaram lá, no canteiro central da Paulista. Algumas pessoas levaram estiletes para retirar as lonas e plasticos com as artes e levar para casa sem as madeiras do cavalete. Mas e os cavaletes de madeira. O que fazer?!
Se a iniciativa era reutilizar os cavaletes que emporcalham nossas ruas com arte, o fim deles se tornou o mesmo começo. Ser lixo e atrapalhar.
Durante a noite, passei novamente pela Paulista e encontrei diversos pedaços de madeira proveniente dos cavaletes expostos. Alí próximo do prédio da FIESP tem um imóvel em construção onde se encontra uma caçamba de entulhos onde foram depositados vários cavaletes, com as obras e somente as armações.
Infelizmente, uma proposta nova e recheada com boas ideias. Mas que de tanto criticou o ato dos políticos que fizeram o mesmo ato.
Se liguem nos clicks no álbum do Flick >
Bóra pa rua!
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